Nova técnica de mapeamento visual mostra queda expressiva na visibilidade de SUVs e levanta alerta sobre impacto no aumento de atropelamentos
Um estudo recente realizado pelo Centro Volpe do Departamento de Transportes dos Estados Unidos, em parceria com o Instituto de Seguros para Segurança Rodoviária (IIHS), revelou que as zonas cegas dianteiras de veículos aumentaram até 58% entre os anos de 1997 e 2023. O levantamento utilizou uma nova técnica de mapeamento visual que mede com precisão a área visível ao motorista em 360 graus.
Os resultados indicam que SUVs e picapes são os principais responsáveis pelo agravamento da perda de visibilidade, o que pode estar diretamente ligado ao aumento de mortes de pedestres e ciclistas no mesmo período.
Queda drástica em utilitários
Foram avaliados seis modelos populares nos Estados Unidos:
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Honda CR-V: visibilidade caiu de 68% para 28%
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Chevrolet Suburban: de 56% para 28%
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Ford F-150: de 43% para 36%
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Jeep Grand Cherokee: resultados semelhantes aos demais SUVs
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Honda Accord (sedã): de 65% para 60%
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Toyota Camry (sedã): de 61% para 57%
A pesquisa mostra que a queda na visibilidade é mais acentuada em SUVs e picapes, veículos que têm frentes mais altas e largas, dificultando a visualização de obstáculos, pedestres e ciclistas na região frontal e lateral.
Técnica de medição inovadora
O estudo é o primeiro a utilizar uma nova câmera panorâmica portátil, instalada no banco do motorista, que captura imagens e cria um mapa completo das zonas cegas do veículo. O método substitui as estruturas fixas usadas em medições anteriores, permitindo coletas rápidas em concessionárias e espaços públicos.
Relação com o aumento de mortes no trânsito
Entre 1997 e 2023, os Estados Unidos registraram:
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Aumento de 37% nas mortes de pedestres
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Crescimento de 42% nas mortes de ciclistas
Pesquisas anteriores já apontavam a maior letalidade de veículos com frentes altas e design robusto. Agora, a redução da visibilidade aparece como novo fator de risco, especialmente em áreas urbanas.
Próximos passos
Os pesquisadores pretendem expandir o estudo para 150 modelos de veículos, avaliando a correlação entre zonas cegas, atropelamentos e o volume de indenizações de seguro. O objetivo é influenciar futuras regulamentações de design automotivo e medidas de segurança para proteção de usuários vulneráveis do trânsito.