Apesar da aparência improvisada, essas máquinas escondem um processo eficiente para retirar ouro do fundo dos rios, causando sérios impactos ambientais
As dragas de garimpo ilegal, comuns em regiões da Amazônia, são verdadeiras fábricas flutuantes montadas sobre balsas de madeira ou ferro. Em cima delas ficam motores a diesel, mangueiras de sucção e caixas de retenção que, juntos, realizam a extração clandestina de ouro.
O funcionamento é relativamente simples: mangotes são mergulhados no leito do rio, sugando areia, cascalho e sedimentos. Esse material passa por esteiras inclinadas revestidas com tapetes especiais. Como o ouro é mais pesado, ele fica preso nesses tapetes, enquanto a areia e os rejeitos retornam ao rio.
Com o acúmulo de material, os garimpeiros fazem a chamada “baterada”: retiram os tapetes, lavam o sedimento e concentram o ouro. Muitas vezes, para aumentar a eficiência, usam mercúrio, o que contamina a água e ameaça tanto a fauna quanto as comunidades ribeirinhas e indígenas.
Embora pareçam simples, essas dragas são capazes de movimentar toneladas de sedimento diariamente, provocando assoreamento, turbidez e alteração do ecossistema aquático. Por isso, a atividade é alvo constante de operações policiais e ambientais em todo o país.