Mais de 148 mil motociclistas foram internados no SUS em 2024 após acidentes de trânsito, segundo a Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet). Em meio a esse cenário, especialistas reforçam que a manutenção correta dos pneus é uma das principais formas de evitar quedas e reduzir riscos nas ruas e estradas.
Reforma de pneus é proibida
A Resolução 913/2022 do Contran proíbe qualquer tipo de recapagem, recauchutagem ou remoldagem em pneus de motocicletas. Mesmo assim, a prática ainda ocorre em algumas oficinas. A Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (ANIP) alerta que o risco é alto: pneus reformados podem perder aderência imediatamente.
Riscos da troca fora da especificação
Alterar medidas originais, como largura, altura ou aro, compromete todo o equilíbrio da moto, afetando freios, suspensão, controle de tração e até o velocímetro.
Outro erro comum é usar pneus de marcas ou modelos diferentes na dianteira e na traseira. Como cada um cumpre funções distintas, a combinação inadequada gera instabilidade imediata, principalmente em pista molhada.
Fatos e mitos sobre pneus
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Não existe cera em pneu novo: o que há é um produto desmoldante usado na fabricação, que desaparece após os primeiros quilômetros.
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Troca deve ser em pares: diferente dos carros, o desgaste é desigual, mas substituir apenas um pneu compromete a segurança.
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Mesma marca e modelo nas duas rodas: misturar aumenta o risco de derrapagem.
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Reformar pneus é proibido: prática vetada pelo Contran devido ao risco de falhas estruturais.
Calibragem e tempo de uso
A borracha envelhece naturalmente, mesmo sem prazo de validade fixo. Com o tempo, há perda de aderência. Já a calibragem incorreta reduz a vida útil, compromete curvas e frenagens e aumenta o consumo de combustível.
A recomendação é verificar a pressão a frio semanalmente e seguir sempre os valores indicados pelo fabricante.
Erros mais comuns
Segundo especialistas, os motociclistas erram ao:
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Ignorar as especificações originais da moto;
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Escolher pneus apenas pelo preço ou design;
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Não considerar o tipo de uso (urbano, rodoviário ou misto).
A consequência pode ser grave: perda de dirigibilidade e aumento no risco de acidentes.