Taxação dos EUA sobre pneus preocupa indústria brasileira, diz ANIP

Medida impacta especialmente pneus agrícolas, de carga e de motocicletas; 35% das exportações do setor vão para o mercado norte-americano

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 Taxação dos EUA sobre pneus preocupa indústria brasileira, diz ANIP

Foto de Divulgação / Crédito: Luis Andreoli

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A nova taxação imposta pelos Estados Unidos sobre pneus importados acendeu o sinal de alerta na indústria brasileira. A partir de 7 de agosto, produtos como pneus agrícolas, de carga e de motocicletas fabricados no Brasil passarão a pagar tarifa total de 50% ao entrarem em solo americano, somando uma taxa emergencial e uma adicional. Os pneus de passeio, por sua vez, continuarão com tarifa de 25% — valor que já havia sido elevado em maio.
 
Segundo a Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (ANIP), a medida preocupa o setor. “As tarifas de 50% e 25% impostas pelo governo norte-americano trazem grande preocupação”, afirma Rodrigo Navarro, CEO da entidade. “É mais um desafio em um contexto marcado pelo crescimento de importações abaixo do custo (dumping), o que compromete empregos, investimentos e a compra de insumos nacionais.”
 
Exportações ameaçadas
De janeiro a junho de 2024, o Brasil exportou 5,5 milhões de pneus, o equivalente a 22% das vendas do setor. Deste total, cerca de 1,9 milhão de unidades (35,3%) tiveram como destino os EUA — mercado que, sozinho, responde por mais de um terço das exportações brasileiras de pneus.
 
Entre os segmentos mais afetados estão:
 
  • Pneus de carga: 1,32 milhão de unidades exportadas no semestre, sendo 502,8 mil (38%) destinadas aos EUA.
  • Pneus de motocicleta: 751,5 mil unidades exportadas, com 63,7 mil (8%) absorvidas pelos americanos.
  • Pneus agrícolas: 54,5 mil unidades enviadas ao exterior, mas com apenas 392 unidades (1%) vendidas aos EUA.
  • Pneus de passeio: 4,22 milhões de unidades exportadas, sendo 1,45 milhão (34%) para o mercado norte-americano.
 
Já os pneus de aeronaves — que não são produzidos no Brasil — também passarão a ter uma taxa adicional de 10%.
 
Reação e articulação
De acordo com Navarro, a ANIP está articulando esforços junto a diversas entidades, como a CNI, FIESP e FIEB, além de manter reuniões com o vice-presidente Geraldo Alckmin e representantes do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). O objetivo é buscar um diálogo técnico com o governo norte-americano para minimizar os impactos da medida.
 
“Esses números equivalem à produção anual de uma fábrica de médio porte”, alerta o executivo, ressaltando que há empresas que direcionaram linhas de produção exclusivamente ao mercado dos EUA e agora enfrentam incertezas.
 
A medida, além de comprometer a competitividade dos produtos brasileiros no exterior, pode impactar diretamente empregos e investimentos no setor, já pressionado por concorrência desleal e instabilidades no comércio internacional.

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