Os testes de colisão, conhecidos como crash tests, são obrigatórios desde 2023 para homologação de carros e utilitários vendidos no Brasil. Além disso, programas independentes como o Latin NCAP e o Euro NCAP atribuem notas de segurança que ajudam consumidores a entender o nível de proteção oferecido pelos veículos. Mas um detalhe chama atenção: a velocidade de impacto usada nos protocolos chega a no máximo 64 km/h.
A escolha desse número tem base em estatísticas de acidentes reais. Estudos mostram que a maioria das colisões com vítimas graves ocorre em velocidades próximas a 64 km/h. Isso porque, antes do impacto, os motoristas geralmente freiam, reduzindo a velocidade de cruzeiro para uma velocidade menor no momento exato da batida. Testar nessa faixa é, portanto, uma forma eficaz de reproduzir cenários reais e medir a proteção aos ocupantes.
Outro ponto relevante é o tipo de impacto. Os crash tests mais comuns envolvem colisões frontais parciais, em que apenas parte da frente do carro atinge a barreira. Esse tipo de batida é mais frequente do que choques totalmente alinhados, que são estatisticamente raros.
Testes em velocidades mais altas existem, mas não fazem parte dos protocolos oficiais dos órgãos independentes. Normalmente, são realizados por fabricantes em situações específicas, com foco em pesquisa e desenvolvimento.
Assim, a marca de 64 km/h se consolidou como padrão mundial porque representa a realidade das ruas e rodovias, garantindo que os resultados sirvam como referência confiável para motoristas e passageiros.