Leilão da hidrovia do Madeira pode reduzir frete em até 24%, aponta estudo da Antaq

Com navegabilidade ampliada durante todo o ano, embarcações maiores poderão operar com mais regularidade, aumentando eficiência e baixando custos logísticos.

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Leilão da hidrovia do Madeira pode reduzir frete em até 24%, aponta estudo da Antaq

Foto de Divulgação / Crédito: Luis Andreoli

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A concessão da Hidrovia do Rio Madeira, que liga Porto Velho (RO) a Itacoatiara (AM), poderá reduzir em até 24% o custo do frete no corredor logístico Norte. A estimativa foi apresentada pela Antaq e pela Infra S.A em análises divulgadas pela CNN Brasil. Segundo técnicos envolvidos no projeto, a queda deve ocorrer de forma “natural”, como resultado direto da melhoria na navegação.
 
Atualmente, durante o período de seca, o Rio Madeira se torna raso e irregular, exigindo que as barcaças reduzam drasticamente a carga para evitar encalhes — o que encarece o transporte e diminui a eficiência. Com a concessão, a hidrovia passará a oferecer condições mais previsíveis, inclusive operações noturnas e navegação regular o ano inteiro, permitindo o uso de embarcações maiores.
 
Calado mínimo garantido
 
O estudo prevê um calado mínimo de 3 metros em todo o trajeto. Para manter essa profundidade, será necessária a execução de dragagens periódicas e o reforço completo da sinalização náutica. Para financiar essas ações, foi sugerida a cobrança de uma tarifa de R$ 0,80 por tonelada transportada — com a garantia de que ribeirinhos e pescadores não pagarão pedágio, segundo o governo federal.
 
Impacto da seca e relevância estratégica
 
Em 2024, a seca histórica na Amazônia interrompeu a navegação em vários trechos e paralisou o escoamento de grãos pelo Madeira, forçando exportadores a redirecionar as cargas para rotas mais longas nos portos do Sul e Sudeste. Com a concessão, o governo espera ampliar a capacidade da hidrovia para até 21 milhões de toneladas por ano.
 
Investimentos privados e resistência política
 
O plano de concessão prevê investimentos de R$ 109 milhões até o quarto ano do contrato, voltados para infraestrutura, dragagem e sinalização. A expectativa é que o leilão ocorra em 2026, mas o projeto enfrenta resistência da bancada do Amazonas no Senado, que se posicionou contra o modelo atual.
 
Corredor Logístico Norte
 
A hidrovia do Madeira é uma das principais portas de saída para soja, milho e açúcar produzidos no Mato Grosso, além de ser essencial para o transporte de passageiros e para o abastecimento de municípios do Norte e Centro-Oeste. Uma operação mais estável e profunda promete modernizar o corredor logístico e elevar a competitividade do agronegócio brasileiro no mercado internacional.

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