Prática comum entre motociclistas de grandes cidades pode gerar prejuízos imediatos e silenciosos
Profissionais do setor automotivo têm reforçado alertas sobre os danos mecânicos provocados pelo hábito de cortar giro, quando o motor de uma motocicleta é levado ao limite do funcionamento até atingir o sistema de corte da ignição. A prática, comum em encontros de motociclistas e registrada com frequência em vídeos nas redes sociais, pode comprometer o motor de forma imediata e progressiva.
Segundo técnicos entrevistados pelo setor de desenvolvimento da Honda, o corte de giro ocorre quando a central eletrônica interrompe a ignição para impedir que o motor ultrapasse a rotação máxima. No entanto, mesmo com a ignição cortada, o bico injetor continua enviando combustível. Com isso, parte da gasolina não queimada pode se misturar ao óleo lubrificante, provocando contaminação do óleo.
A mistura indevida reduz a capacidade de lubrificação e altera a viscosidade do óleo, afetando diretamente o funcionamento de anéis, pistão, válvulas e outros componentes internos. O desgaste acelerado pode resultar em perda de potência, aumento no consumo de combustível e falhas mecânicas de maior gravidade.
Especialistas destacam que a contaminação do óleo é um dos efeitos mais difíceis de identificar a curto prazo, já que não produz sinais imediatos para o condutor. Em muitos casos, o problema só se torna evidente quando o prejuízo já está avançado.
Além da contaminação, o uso prolongado do motor em rotações extremas eleva significativamente a temperatura interna, o que também pode comprometer peças sensíveis e reduzir a vida útil do conjunto mecânico.
Diante disso, profissionais orientam que motociclistas evitem acelerações prolongadas até o corte de giro e mantenham rigor na manutenção preventiva, especialmente na troca de óleo. A recomendação é sempre operar a motocicleta dentro das faixas de rotação indicadas no manual do fabricante.
O alerta integra um conjunto de ações voltadas à conscientização sobre práticas que afetam a durabilidade dos motores e podem gerar custos elevados de reparo a longo prazo.