A Nissan atravessa um dos momentos mais difíceis de sua história recente. Pela primeira vez em 16 anos, a fabricante japonesa ficou de fora do ranking das dez montadoras que mais venderam carros no mundo. Os dados, divulgados pelo Nikkei Asia com base na pesquisa da MarketLines, mostram que a marca comercializou 1,6 milhão de veículos no primeiro semestre de 2025 — queda de 6% em relação ao mesmo período do ano passado. É o menor número desde 2009.
A perda de espaço global fez a Nissan ser ultrapassada pela também japonesa Suzuki e pelas chinesas BYD e Geely. No consolidado, a empresa chega ao quarto trimestre consecutivo no vermelho, com prejuízo de 115,7 bilhões de ienes (R$ 4,3 bilhões) entre abril e junho, um contraste com o lucro de R$ 1 bilhão obtido no mesmo período de 2024.
Queda em mercados estratégicos
O desempenho negativo tem sido puxado, principalmente, pela China — seu maior mercado —, onde as vendas recuaram 18%. No Japão, a montadora registra o pior nível de emplacamentos desde o início da série histórica, em 1993.
No Brasil, a situação também preocupa. Entre janeiro e julho de 2025, foram emplacados 42.933 veículos, retração de 18,1% em comparação com 2024. A Nissan caiu da oitava para a décima posição no ranking da Fenabrave, ultrapassada por Honda e BYD.
Tentativas de recuperação
Em novembro de 2024, um executivo chegou a admitir que a Nissan teria menos de dois anos de sobrevivência sem um novo investidor. A montadora até iniciou tratativas de fusão com a Honda, mas as negociações não avançaram.
Diante disso, a empresa passou a apostar em novos produtos. Entre eles, a terceira geração do Nissan Leaf, agora em formato SUV cupê com autonomia acima de 600 km, e o retorno do March, que será relançado como hatch elétrico.
Para a América Latina, a Nissan já confirmou novidades: um SUV de entrada previsto até março de 2026, uma nova geração da picape Frontier, atualização do sedã compacto Versa e uma renovação do Sentra.