Produzido no Brasil entre 1973 e 1993, o Chevrolet Chevette se consolidou como um dos carros mais emblemáticos da indústria nacional. Ao longo de 20 anos, o modelo ultrapassou 1,6 milhão de unidades vendidas, recebeu diferentes reestilizações e deu origem a versões hatch, perua e picape, tornando-se um clássico cultuado até hoje.
Inspirado no Opel Kadett C europeu, o Chevette chegou ao país em abril de 1973 como um sedã compacto de duas portas. A proposta de ser acessível, robusto e versátil logo conquistou o mercado, fazendo do modelo o terceiro carro mais vendido do Brasil em diversos anos e líder absoluto em 1983.
Primeira geração (1973–1977): o “Tubarão”
O Chevette estreou em 24 de abril de 1973 com frente inclinada, que lhe rendeu o apelido de “Tubarão”. O tanque de combustível posicionado na coluna C era uma solução pouco comum na época.
Equipado com motor 1.4 de 69 cv, estava disponível nas versões Luxo e Especial. Em 1976, surgiram o acabamento SL e a versão esportiva GP. O sucesso foi imediato: mais de 74 mil unidades vendidas já em 1974.
Facelifts e derivados (1978–1987): diversidade de opções
Em 1978, o modelo recebeu dianteira redesenhada e ganhou a opção de quatro portas, voltada inicialmente para exportação. Nos anos seguintes, a linha se expandiu:
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1980: estreia do hatchback e da perua Marajó, voltada ao público familiar.
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1981: lançamento do esportivo S/R, com motor 1.6 de carburador duplo.
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1983: a reestilização mais profunda trouxe faróis retangulares, traseira redesenhada e interior aprimorado.
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1983: estreia da picape Chevy 500, com capacidade para 500 kg de carga.
Últimos anos (1988–1993): despedida com o Júnior
A fase final trouxe o motor 1.6/S, disponível nas versões L, SL e SL/E. Em 1992, para atender à nova tributação favorecida, a GM lançou o Chevette Júnior 1.0, de apenas 50 cv, voltado ao baixo custo.
O último facelift ocorreu em 1987, com para-choques plásticos e interior renovado. A produção nacional encerrou-se em 12 de novembro de 1993, dando lugar ao Chevrolet Corsa.
Legado
Eleito Carro do Ano pela revista Autoesporte em 1974 e 1981, o Chevette marcou gerações por sua robustez mecânica, manutenção simples e diversidade de versões. Até hoje, o modelo é presença garantida em encontros de colecionadores e segue como símbolo de uma era da General Motors no Brasil.